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O Centro de Instrução de Guerra na Selva (C I G S), também conhecido como Centro Coronel Jorge Teixeira, é uma organização militar sediada em Manaus, destinada a qualificar militares líderes de pequenas frações, como guerreiros da selva, combatentes aptos a cumprir missões, de natureza militar, nas áreas mais inóspitas da Floresta Amazônica brasileira. Seu nome é uma homenagem ao precursor do Centro, que se tornaria seu primeiro comandante, mais conhecido como "Teixeirão".
São ministrados Cursos de Operações na Selva, em três categorias diferentes, além de estágios destinados a militares e também para instituições civis. Seu símbolo é a onça-pintada.
Para o melhor desenvolvimento dos trabalhos, o CIGS está estruturado em uma Divisão de Ensino, uma Divisão de Doutrina Pesquisa e Avaliação, Divisão de Alunos, uma Divisão de Veterinária, uma Divisão Administrativa e uma Base Administrativa.

Histórico


Guerreiros de selva do 2º Pelotão Especial de Fronteira - Ipiranga. Unidade instruída pelo CIGS
Com o Decreto Presidencial 53.649, de 02 de março de 1964, foi criado o Centro de Instrução de Guerra na Selva, subordinado ao Grupamento de Elementos de Fronteira.
Naquela época, o Exército ressentia-se da falta de uma unidade capaz de especializar militares no combate na selva e de constituir pólo irradiador de doutrina de emprego de tropa nesse complexo ambiente operacional amazônico. Tais fatores, sem dúvida, inspiraram a criação do CIGS, que veio preencher uma lacuna existente no Exército que ainda ocupava de maneira muito modesta essa parte do território nacional de inestimável valor estratégico.
A primeira equipe de instrução era comandada pelo Major Jorge Teixeira, também conhecido como "Teixerão".
Em 10 de outubro de 1966 foi iniciado o primeiro Curso de Guerra na Selva e a primeira turma se graduou no dia 19 de novembro de 1966, em solenidade realizada no atual estádio do Colégio Militar de Manaus.
A necessidade sentida pela Força de alterar o perfil dos militares aqui especializados levou a estudos que culminaram por ampliar e alterar a vocação do CIGS, que passou, no período de 1970 a 1978, a designar-se Centro de Operações na Selva e Ações de Comandos - COSAC.
Em 11 de janeiro de 1978, houve uma nova alteração na estrutura de ensino e a Unidade retornou a sua antiga denominação - CIGS -, ficando a condução do Curso de Ação de Comandos exclusivamente sob a responsabilidade da Brigada Pára-quedista, no Rio de Janeiro.
Em 17 de dezembro de 1999, recebeu a denominação histórica "Centro Coronel Jorge Teixeira", em homenagem ao seu primeiro comandante.

Missões

A Missão em seu Regulamento (R-16), é especializar oficiais, subtenentes e sargentos para o combate na selva. Missão feita através do COS, ou seja o Curso de Operações na Selva:
COS Categoria “A” - Duração aproximada de seis semanas; voltado para oficiais superiores de todos os Comandos Militares de Área. COS Categoria “B” - Duração de dez semanas; voltado para capitães e tenentes das Armas/Quadros/Serviços do Comando Militar da Amazônia, da Marinha, da Força Aérea e Nações Amigas. COS Categoria “C” - Duração de dez semanas; para subtenentes e sargentos das Armas/Quadros/Serviços do Comando Militar da Amazônia, da Marinha, da Força Aérea e Nações Amigas.
Os estágios oferecidos pelo CIGS destinam-se a: - Militares do Exército, demais Forças Armadas e instituições policiais (vida na selva e operações); - Órgãos civis cujos conhecimentos básicos de vida na selva são imprescindíveis para o desenvolvimento de suas atividades (INPA, Petrobrás, IBAMA, Universidade Federal do Amazonas, etc.). Para ministrar a devida instrução, o CIGS conta com as seguintes Bases de Instrução (BI) BI 1 – Marechal Rondon BI 2 – Plácido de Castro BI 3 – Lobo D’Almada BI 4 – Pedro Teixeira BI 5 – Ajuricaba BI 6 – Felipe Camarão BI 7 – Jatuarana
Realizar pesquisa e experimentação doutrinária sobre material de emprego militar e outras áreas de interesse. Missão feita pela Divisão de Doutrina, Pesquisa e Avaliação (DDPA) do CIGS. Isso já resultou em diversas modificações no exército brasileiro, como a atual camuflagem padrão, que foi desenvolvida pelo CIGS, visando o ambiente de selva.
Uma das maiores responsabilidades da DDPA do CIGS é a avaliação e aperfeiçoamento de armas, visando seu emprego na Guerra de Selva. O ditado sempre lembrado pelos homens do CIGS é o que diz que “A selva não pertence ao mais forte, mas ao sóbrio, habilidoso e resistente”. Assim, o CIGS tem sido nos últimos anos um dos mais importantes atores no desenvolvimento da chamada “Estratégia de Resistência” do Exército Brasileiro, para a eventualidade de um confronto militar entre nossas forças e as de um país ou coligação de países com poderio militar bem superior.
Diversas armas, táticas e equipamentos vêm sendo exaustivamente testados, modificados ou aperfeiçoados pelo EB nos últimos anos, com vistas ao seu emprego na guerra em selva. Muitos são aprovados e muitos são recusados. A constatação de que equipamentos receptores GPS não funcionam corretamente sob a densa cobertura vegetal da floresta, por exemplo, fez com que o Exército restringisse seu uso somente à instrução e a casos nos quais a determinação de coordenadas precisas é imprescindível, como numa evacuação aeromédica. Nesta situação, entretanto, o militar com o receptor seria obrigado a se deslocar até uma clareira ou até a margem de um rio para usar o equipamento. No dia a dia das operações de selva do Exército, o que se usa são as tradicionais cartas e bússolas. Forças excessivamente dependentes de recursos tecnológicos como o GPS poderiam ficar em sérios apuros na Amazônia. No que se refere ao armamento individual do guerreiro de selva, o EB tem, ao mesmo tempo, o problema e a solução. Fuzis de assalto de diversos tipos foram e são avaliados, incluindo armas de alta qualidade, como o fuzil alemão Heckler & Koch HK33 e o norte-americano M16A2, ambos no calibre 5,56mm, e o tradicional FAL do Exército Brasileiro, no calibre 7,62mm. O fuzil padrão das tropas de selva brasileiras é o Pára-FAL, a versão com coronha rebatível, usada também pelas tropas pára-quedistas brasileiras e outras unidades. O Pára-FAL tem se mostrado a arma ideal para emprego na selva por suas características de peso, rusticidade e simplicidade de manuseio. Por outro lado, sua substituição no futuro será, certamente, um sério problema para o Exército. O calibre 5,56mm, usado na maior parte dos modernos fuzis de assalto, é considerado inadequado para o combate de selva, devido ao pequeno peso do projétil e à sua tendência de assumir uma trajetória instável ao colidir com pequenos obstáculos, como folhas e galhos de árvores. Isso acaba retirando do projétil muita energia e, consequentemente, poder de parada (stopping power).

Projeto Búfalo

Brevê do guerreiro de selva

O brevê do guerreiro de selva, em metal, é confeccionado nas cores douradas para os COS A e B e prateada para o COS C, composto de um escudo português carregado com uma cabeça de onça, encimado por uma estrela singela, sendo o conjunto complementado com ramos de louro distendidos horizontalmente. É usado com uma elipse de campo aveludado verde orlada em linha preta para militares concludentes dos cursos oriundos das Unidades do Comando Militar da Amazônia.
As elipses dos brevês dos instrutores e monitores do CIGS são orladas em linha dourada. A versão emborrachada é utilizada no uniforme de combate.

Chapéu bandeirante

O chapéu bandeirante é de uso exclusivo dos militares que servem no CIGS, conforme consta no Regulamento de Uniformes do Exército (RUE). Este acessório foi elaborado no ano de 1980, em projeto da Seção de Doutrina e Pesquisa.
Apresenta um formato boleado, reforçado por um inserto de material plástico na parte central, proporcionando maior proteção contra espinhos. As abas, também reforçadas, mesmo molhadas permanecem firmes, sendo que a do lado direito é presa ao corpo do chapéu. Nas laterais há uma pequena janela coberta por uma faixa de tela, com a finalidade de proporcionar arejamento da cabeça e permitir a utilização como visor improvisado durante operações com helicópteros.

Facão do Guerreiro de selva

É um facão, simbolo do guerreiro de selva, tal qual o Kukri é para os Gurkhas. É um facão de lâmina larga, com as inscrições "Guerra na Selva"; "CIGS" na lâmina. O pomo da empunhadura possui o formato de uma cabeça de onça em metal dourado.

Leis da Guerra na Selva

1. Tenha iniciativa, pois não receberá ordens para todas as situações. Tenha em vista o objetivo final;
2. Procure a surpresa por todos os modos;
3. Mantenha seu corpo, armamento e equipamento em boas condições;
4. Aprenda a suportar o desconforto e a fadiga sem queixar-se e seja moderado em suas necessidades;
5. Pense e aja como caçador, não como caça;
6. Combata sempre com inteligência e seja o mais ardiloso;

Tudo pela amazonia

"TUDO PELA AMAZÔNIA, SELVA!" É um brado que com orgulho é dito pelos guerreiros de selva. O CIGS hoje tem local de destaque no exército brasileiro, é reconhecido no Brasil e no mundo como um dos melhores em sua função, resultado de um trabalho arduo no que se refere a defesa da floresta amazônica, que cobre grande parte do território nacional.

Forças Especiais


O 1° Batalhão de Forças Especiais (1° B F Esp) é a unidade de elite do Exército Brasileiro capacitada ao planejamento, condução e execução de operações de guerra irregular, contraterrorismo, fuga e evasão, inteligência de combate, contraguerrilha, guerra de resistência, operações psicológicas, reconhecimento estratégico e busca, localização e ataque a alvos estratégicos. É subordinado a Brigada de Operações Especiais, de acordo com a organização e adestramento do EB, trata-se da principal unidade de elite da Força.
As operações do 1º BFEsp caracterizam-se por sua acentuada mobilidade estratégica. Seu emprego costuma requerer alto grau de sigilo, e suas operações apresentam considerável grau de risco, já que, em geral, são executadas em território hostil.
A fração de emprego do batalhão é o Destacamento Operacional de Forças Especiais (DOFEsp), integrado por 4 oficiais e 8 sargentos.

História

Em 1968, é criado na cidade do Rio de Janeiro, o Destacamento de Forças Especiais, subordinado a Brigada de Infantaria Pára-quedista, naquele momento, o destacamento já possuía uma doutrina própria, que reunia conhecimentos de cursos como os de Guerra na Selva e de paraquedista militar do Exército Brasileiro e dos cursos de rangers e forças especiais do Exército dos Estados Unidos. Posteriormente foi elevado a nível de subunidade, com a denominação de Companhia de Forças Especiais. Essa Companhia evoluiu, e em 1983 tornou-se batalhão, com a denominação de Batalhão de Forças Especiais, constituído de uma companhia de comando, uma companhia de forças especiais e uma companhia de ações de comandos, mantendo-se subordinado à Brigada Pára-quedista.
Em 2003, face à evolução da conjuntura política internacional e ao emprego cada vez mais recorrente de tropas de operações especiais em todo o mundo, a Brigada de Operações Especiais foi criada na cidade de Goiânia, única organização militar deste porte na América Latina, e integrada, dentre outras unidades, pelo já tradicional Batalhão de Forças Especiais, que com seu comando agora vinculado a nova brigada, passou a denominar-se 1º Batalhão de Forças Especiais e sede transferida para Goiânia.

O Patrono 

Antonio Dias Cardoso é o patrono do 1º Batalhão de Forças Especiais, que também é conhecido como Batalhão Antonio Dias Cardoso. Foi um dos principais líderes da Insurreição Pernambucana e comandou um pequeno efetivo que venceu a batalha dos Montes das Tabocas contra uma tropa muito maior liderada diretamente por Maurício de Nassau e posteriormente também em menor número venceu em Casa Forte a tropa neerlandesa comandada pelo coronel Van Hans, comandante-Geral holandês no Nordeste do Brasil. Também participou ativamente nas duas batalhas dos Guararapes quando na primeira foi subcomandante do maior dos quatro terços do Exército Patriota, tendo-lhe sido passada a investida da principal frente de batalha pelo comandante João Fernandes Vieira, na segunda batalha comandou a chamada Tropa Especial do Exército Patriota, desbaratando toda a ala direita dos holandeses.

São insuficientes os registros históricos sobre este personagem, mas acredita-se que tenha nascido em Portugal e vindo ainda muito menino para o Brasil. Nesta campanha começou no posto de soldado, durante a invasão de 1624 a 1625 teve sucesso ao lado de sua companhia em conter o invasor no perímetro de Salvador que estava cercada pelos melhores soldados de Maurício de Nassau, por seus feitos durante a campanha chegou rapidamente ao posto de capitão, onde foi para a reserva, mas devido ao seu reconhecido valor foi novamente convocado para lutar, era conhecedor profundo das técnicas de guerrilha dos indígenas, onde os mesmos utilizavam-se largamente de emboscadas, e em 1645 recrutou, treinou e liderou uma força de 1.200 pernambucanos mazombos insurretos, armados com armas de fogo, foices, paus e flechas, numa emboscada em que derrotaram 1.900 neerlandeses melhor equipados. Esse sucesso lhe valeu o apelido de mestre das emboscadas.
Devido a seus feitos foi lhe concedido a honra de Cavaleiro da Ordem de Cristo e o comando do Terço de João Fernandes Vieira, do qual havia sido subcomandante à época da 1ª batalha dos Guararapes. Em 1656 foi nomeado Mestre-de-Campo, encerrando definitivamente a sua carreira militar. Em 1657, assumiu o governo da Capitania da Paraíba.
Devido a ter comandado a Tropa Especial do Exército Patriota e principalmente por ter operado no passado da mesma maneira que fazem atualmente as tropas de forças especiais, combatendo em menor número, sem posição fixa, usando a surpresa como elemento de combate, utilizando-se de emboscadas, recrutando população local, treinando-as em técnicas irregulares como as de guerrilha, dentre outras coisas, foi homenageado como patrono do 1º Batalhão de Forças Especiais do Exército Brasileiro e por isso é reconhecido atualmente como o primeiro operador de forças especiais do Brasil.

Curso de Forças Especiais

Com 25 semanas de duração, é ministrado apenas à oficiais, subtenentes e sargentos de carreira do Exército Brasileiro, concludentes do Curso de Ações de Comandos e do Curso Pára-quedista. O curso habilita militares a integrarem um Destacamento Operacional de Forças Especiais, fração de emprego do 1º Batalhão de Forças Especiais e consequentemente a realizarem operações de reconhecimento especial, contraterrorismo, resgates, subversão, evasão, sabotagens, contra-guerrilha e de guerrilha contra forças regulares.

Estágio de Mergulho Básico

Neste estágio, os militares comandos ou forças especiais, aprendem as técnicas básicas de mergulho e são habilitados a executarem missões simples de resgates e buscas de pessoal e material, além de servir de pré-requisito para o Estágio de Mergulhador de Combate.

[editar] Estágio de Mergulhador de Combate

Neste estágio, os militares comandos ou forças especiais do 1º Batalhão de Forças Especiais são habilitados a realizarem operações de sabotagens, de destruição e de reconhecimento com o emprego do equipamento de mergulho de circuito fechado de oxigênio.

Lema

"Qualquer missão, em qualquer lugar, a qualquer hora, de qualquer maneira."