O 1° Batalhão de Forças Especiais (1° B F Esp) é a unidade de elite do Exército Brasileiro capacitada ao planejamento, condução e execução de operações de guerra irregular, contraterrorismo, fuga e evasão, inteligência de combate, contraguerrilha, guerra de resistência, operações psicológicas, reconhecimento estratégico e busca, localização e ataque a alvos estratégicos. É subordinado a Brigada de Operações Especiais, de acordo com a organização e adestramento do EB, trata-se da principal unidade de elite da Força.
As operações do 1º BFEsp caracterizam-se por sua acentuada mobilidade estratégica. Seu emprego costuma requerer alto grau de sigilo, e suas operações apresentam considerável grau de risco, já que, em geral, são executadas em território hostil.
A fração de emprego do batalhão é o Destacamento Operacional de Forças Especiais (DOFEsp), integrado por 4 oficiais e 8 sargentos.
História
Em 1968, é criado na cidade do Rio de Janeiro, o Destacamento de Forças Especiais, subordinado a Brigada de Infantaria Pára-quedista, naquele momento, o destacamento já possuía uma doutrina própria, que reunia conhecimentos de cursos como os de Guerra na Selva e de paraquedista militar do Exército Brasileiro e dos cursos de rangers e forças especiais do Exército dos Estados Unidos. Posteriormente foi elevado a nível de subunidade, com a denominação de Companhia de Forças Especiais. Essa Companhia evoluiu, e em 1983 tornou-se batalhão, com a denominação de Batalhão de Forças Especiais, constituído de uma companhia de comando, uma companhia de forças especiais e uma companhia de ações de comandos, mantendo-se subordinado à Brigada Pára-quedista.Em 2003, face à evolução da conjuntura política internacional e ao emprego cada vez mais recorrente de tropas de operações especiais em todo o mundo, a Brigada de Operações Especiais foi criada na cidade de Goiânia, única organização militar deste porte na América Latina, e integrada, dentre outras unidades, pelo já tradicional Batalhão de Forças Especiais, que com seu comando agora vinculado a nova brigada, passou a denominar-se 1º Batalhão de Forças Especiais e sede transferida para Goiânia.
O Patrono
Antonio Dias Cardoso é o patrono do 1º Batalhão de Forças Especiais, que também é conhecido como Batalhão Antonio Dias Cardoso. Foi um dos principais líderes da Insurreição Pernambucana e comandou um pequeno efetivo que venceu a batalha dos Montes das Tabocas contra uma tropa muito maior liderada diretamente por Maurício de Nassau e posteriormente também em menor número venceu em Casa Forte a tropa neerlandesa comandada pelo coronel Van Hans, comandante-Geral holandês no Nordeste do Brasil. Também participou ativamente nas duas batalhas dos Guararapes quando na primeira foi subcomandante do maior dos quatro terços do Exército Patriota, tendo-lhe sido passada a investida da principal frente de batalha pelo comandante João Fernandes Vieira, na segunda batalha comandou a chamada Tropa Especial do Exército Patriota, desbaratando toda a ala direita dos holandeses.
São insuficientes os registros históricos sobre este personagem, mas acredita-se que tenha nascido em Portugal e vindo ainda muito menino para o Brasil. Nesta campanha começou no posto de soldado, durante a invasão de 1624 a 1625 teve sucesso ao lado de sua companhia em conter o invasor no perímetro de Salvador que estava cercada pelos melhores soldados de Maurício de Nassau, por seus feitos durante a campanha chegou rapidamente ao posto de capitão, onde foi para a reserva, mas devido ao seu reconhecido valor foi novamente convocado para lutar, era conhecedor profundo das técnicas de guerrilha dos indígenas, onde os mesmos utilizavam-se largamente de emboscadas, e em 1645 recrutou, treinou e liderou uma força de 1.200 pernambucanos mazombos insurretos, armados com armas de fogo, foices, paus e flechas, numa emboscada em que derrotaram 1.900 neerlandeses melhor equipados. Esse sucesso lhe valeu o apelido de mestre das emboscadas.Devido a seus feitos foi lhe concedido a honra de Cavaleiro da Ordem de Cristo e o comando do Terço de João Fernandes Vieira, do qual havia sido subcomandante à época da 1ª batalha dos Guararapes. Em 1656 foi nomeado Mestre-de-Campo, encerrando definitivamente a sua carreira militar. Em 1657, assumiu o governo da Capitania da Paraíba.
Devido a ter comandado a Tropa Especial do Exército Patriota e principalmente por ter operado no passado da mesma maneira que fazem atualmente as tropas de forças especiais, combatendo em menor número, sem posição fixa, usando a surpresa como elemento de combate, utilizando-se de emboscadas, recrutando população local, treinando-as em técnicas irregulares como as de guerrilha, dentre outras coisas, foi homenageado como patrono do 1º Batalhão de Forças Especiais do Exército Brasileiro e por isso é reconhecido atualmente como o primeiro operador de forças especiais do Brasil.
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